I. A família de Elimelec e Noemi deixa Judá para morar em Moab 1.1-2.
- Relativo à data - "no tempo em que os
juízes...".
- Razão da mudança - "... houve uma grande
fome no país e ...".
- Identificação das pessoas ligadas a Elimelec e
Noemi - 1.1b-2a.
- Chegada a Moab - 1.2b.
II. Relato sobre o desastre que caiu sobre a família de Elimelec e Noemi
- 1.3-5.
- A morte de Elimelec, esposo de Noemi - 1.3.
- O casamento dos filhos de Noemi, com Orfa e
Rute - 1.4.
- A morte dos dois filhos de Noemi - 1.5.
I. Noemi e as noras discutem a mudança para Judá - 1.6-7.
II. A despedida - 1.8-18.
- Primeira etapa: Noemi ordena que Rute e Orfa fiquem em Moab e as abençoa 1.8-10.
1. A despedida
de Noemi - 1.8-9a.
2. A reação de
Rute e Órfã: elas choraram para acompanhar Noemi - 1.9b-10.
- Segunda etapa: Noemi aconselha as noras para permanecerem em Moab - 1.11-13.
1. Ordem -
1.11a.
2. Primeira
razão: Noemi se declara impossibilitada de ter filho - 1.11b.
3. Ordem -
1.12a.
4. Segunda
razão: Noemi se declara velha para se casar - 1.12b.
5. Terceira
razão: Rute e Orfa não poderiam esperar tanto tempo - 1.13.
- Terceira etapa: Orfa decide ficar em Moab e Rute segue com Noemi - 1.14-18.
1. Noemi apela
para Rute ficar com seus parentes e com seus deuses - 1.14-15.
2. Rute recusa
e declara: "Onde fores, irei eu..." - 1.16-17.
3. Noemi se
convence da decisão de Rute - 1.18.
Terceiro
ato: Noemi e Rute chegam e se estabelecem em Belém - 1.19-22
I. A chegada e a reação da cidade, das mulheres e de Noemi - 1.19-20
- O alvoroço despertado pela chegada de Noemi -
1.19.
- A reação de Noemi - 1.20-21.
- Sumário dos últimos acontecimentos - 1.22
Quarto ato: Rute, a
moabita, é acolhida nas terras de Boaz - 2.1-17.
I. Boaz é introduzido na história - 2.1.
- A permissão de Noemi para Rute respigar nos
campos de Boaz - 2.2-3.
- Conversa de Boaz com os segadores - 2.4-7.
1. Saudação e
bênção - 2.4.
2. Boaz
identifica Rute, através do feitor - 2.5-7.
- Boaz conversa com Rute - 2.8-13.
1. Boaz
demonstra cuidado para com Rute - 2.8-9.
2. Reação de
Rute - 2.10.
3. Resposta de
Boaz - 2.11-12.
4. Reação de
Rute - 2.13.
II. Rute encontra com Boaz à mesa de refeição - 2.14-17.
- Boaz convida Rute para sentar com ele à mesa -
2.14.
- Ao fim da refeição, Boaz ordena aos segadores
cuidado para com Rute - 2.15-16.
- O respigar de Rute - 2.17.
Quinto ato:
Rute narra os últimos acontecimentos para Noemi - 2.18-2
I. A volta de Rute e a reportagem sobre o seu respigar - 2.18.
II. A conversa entre Rute e Noemi - 2.19-22.
- Rute conta a Noemi o nome de seu patrão - 2.
19.
- Noemi identifica Boaz como seu parente próximo
- 2.20.
- Noemi aprova e faz recomendações a Rute - 2.21-22.
III. Informações sobre o respigar e moradia de Rute - 2.23.
Sexto ato:
O plano de Noemi para Rute e Boaz - 3.1-15.
I. O plano de Noemi - 3.1-5.- Noemi convence
Rute sobre sua felicidade futura - 3.1.- Noemi instrui Rute sobre a visita à
eira de Boaz - 3.2-4.- A resposta obediente de Rute - 3.5.
II. A visita de Rute à eira - 3.6-15.
- Rute cumpre as recomendações de Noemi - 3.6-8.
- Rute revela a Boaz que ele tem o dever de ser
o "resgatador" da família - 3.9
- A reação de Boaz - 3.10-13.
1. Boaz
abençoa Rute, por sua bondade - 3.10
2. Boaz
declara que vai cumprir a prescrição divina de "resgatador" -
3.11-13.
- Boaz previne contra um escândalo na comunidade
- 3.14-15a+b.
- Rute volta para a casa de Noemi - 3.15c.
III. Rute reporta a Noemi os acontecimentos da noite anterior - 3.16-18.
Sétimo ato:
Boaz, o segundo na ordem do direito ou dever de "resgate" vai ao portão da cidade de Belém, discutir com o
primeiro "resgatador" - o parente mais próximo - diante da corte de
juízes, composta por dez anciãos
I. Boaz toma a iniciativa na discussão do resgate de Rute - 4.1-2
- Com o primeiro "resgatador" - 4.1
- Com as testemunhas e dez anciãos - 4.2
II. Boaz discute a forma de "resgate" da terra de Noemi com
"resgatador" - 4.3-6.
- Boaz explica o direito ou dever do
"resgatador" retomar a terra da família - 4.3-4a.
- O "resgatador" concorda em redimir a
terra - 4.4b.
- Boaz explica que o resgate da terra implica no
casamento com Rute - 4.5
- O "resgatador" declina em favor do direito de Boaz - 4.6
III. O acordo entre o "resgatador" e Boaz é assinado - 4.7-12.
- O acordo é concretizado pelo simbolismo da
troca das sandálias - 4.7-8
- Boaz torna pública o seu compromisso, aos
anciãos e testemunhas - 4.9-10
- As testemunhas reconhecem a aquisição dos direitos por parte de Boaz e saúdam Boaz, felicitando-lhe e desejando-lhe prosperidade no casamento com Rute - 4.11-12.
Oitavo ato:
A história de Rute termina com o seu casamento com Boaz
A
felicidade do casal se torna mais completa com o nascimento do filho Obed que é
descrito como um ancestral de Davi.
I. Reportagem do casamento e nascimento do primeiro filho de Rute e Boaz
- 4.13
II. Noemi é exaltada por esses acontecimentos, pelas mulheres - 4.14-17.
III. Apêndice: a genealogia de Davi: de Farez a Obed - 4.18-22
SEGUNDA PARTE
O livro de Rute e a sua relação com a história de Israel e do Antigo
Oriente Médi
Data
(1) O
acontecimento narrado: O livro de Rute narra uma história do tempo dos juízes,
antes de se instalar a monarquia em Israel. Essa história era tão querida e tão
importante para a formação do povo bíblico que ela foi guardada e transmitida,
oralmente, por vários séculos, até se tornar um documento escrito e incluído no
livro sagrado de Israel.
(2) A
editoração da história: A publicação escrita do livro de Rute deu-se após o
período de Esdras. É sabido que nesse período, Esdras editou a Tora, o ensino
divino (o Pentateuco) e deu muita ênfase ao cumprimento de suas palavras.
Todavia, o povo procurava cumprir as formalidades externas da lei, sem procurar
relacioná-la à vida humana e suas carências básicas, a saber, o amor, a
bondade, a compaixão. Foi nesse momento que o povo crente fez uso da história
de Rute, para mostrar às pessoas que o amor é mais importante que a letra da
lei.
(3) A
canonização como texto sagrado: Foi no período pós-exílico que o povo fiel
decidiu a separar e tratar essa história como uma "palavra inspirada de
Deus". O critério de escolha dos livros sagrados, por parte da comunidade
de crentes, baseou-se na inspiração divina, e nunca na beleza estética e
literária da composição.
Questões para pensar:
- Por que a história de Rute levou tanto tempo
para ser escrita? Será que o povo que guardou e transmitiu a história de
Rute e Noemi era analfabeta? No período 1000, antes de Cristo, o papiro
ainda não era usado? Para que finalidade a história de Rute e Noemi foi
usada: para o entretenimento das famílias e do povo? Para o prazer de uma
boa leitura? Para a busca de informações sobre a vida e cultura do povo
israelita no período anterior à monarquia? Como uma história significativa
e instrutiva para o povo? Como um constante testemunho para as gerações do
presente e do futuro?
- Por que não guardamos e transmitimos o testemunho de mulheres e homens de nossa igreja local
Lugar
A história,
contada pelo livro de Rute, transcorre em dois lugares: as regiões montanhosas
de Moab (na Transjordânia) e de Belém (em Judá). Alguns detalhes dessa história
são valiosas para a reflexão:
- Rute e Orfa eram moabitas, isto é,
estrangeiras, enquanto que Noemi, Elimeque e os filhos Malom e Quilion
eram israelitas.
- Tanto em Moab como Belém não possuíam templo,
rei e sacerdote. Isso é uma prova que a história de Rute é do tempo dos
juízes (1200-1030 a.C.).
- O livro mostra que a vida não estava fácil para a população de Judá. Havia fome entre as famílias que viviam na periferia dos centros de produção agrícola (Rt 1.1). Apesar das dificuldades, a família de Noemi - Elimeque (esposo), Malom e Quiliom (filhos) - não perderam a fé e a esperança em Javé.
(4) Belém é
uma cidade situada sobre as montanhas a dez quilômetros de Jerusalém, ao sul do
território de Canaã (mais tarde denominada Terra de Israel). Belém é uma cidade
importante para a história bíblica. É terra natal de Davi e de Jesus, e onde Gn
35.16-20 menciona estar o túmulo de Raquel. Quanto à Moab, trata-se de uma
região montanhosa localizada ao leste do Mar Morto, por onde Moisés passou
antes de atingir o Monte Nebo e entrar em Canaã. O povo de Moab era aparentado
com os israelitas, mas sempre considerados estrangeiros
Questões
para pensar:
- Por que o cenário da história de Rute e Noemi
é tão negativo: fome, semi-deserto, morte e amargura? Será que a periferia
é dos espaços preferidos para Deus agir? Será que a periferia é um dos
cenários preferidos da Bíblia para fazer nascer a esperança?
- Pensar que o povo de Israel nasceu no deserto,
isto é, na periferia da terra de Canaã; Pensar que Jesus nasceu na
estrebaria, isto é, periferia da cidade de Belém, e que o ministério de
Jesus também teve início no deserto, periferia de Judá.
- Apesar das dificuldades próprias da vida na periferia, a Bíblia quer valorizar e aprofundar o sentido da vida em família.
Os motivos
que levaram a história de Rute ser guardada na memória do povo israelita,
transmitida e, finalmente, editada na Bíblia
Motivos estéticos
O seu livro
foi escrito numa forma de novela, certamente, para atrair mais a atenção dos
ouvintes e leitores. Esteticamente é uma leitura agradável e prazerosa. A
história possui um enredo principal (a trajetória da moabita Rute até se tornar
parte da genealogia de Davi e Jesus). Todavia, a história não dispensa os
elementos secundários, pois eles ajudam a compor o belo e charmoso conjunto
literário. Por serem uma narrativa perfeita, muitos novelistas, teatrólogos e
produtores de cinema tomaram e projetaram a história de Rute como tema.
Também não
passava, pela cabeça do povo bíblico, tomar as pequenas histórias, como a de
Rute, com a intenção de entretenimento e lazer. Parodiando o profeta Jeremias,
o povo não cavava poço onde não havia água (Jr 2.13).
**Observação:**
o autor ou autora não se preocupou, basicamente, com a beleza literária de seu
livro.
Motivos históricos:
Os
historiadores modernos não levam a sério a veracidade dessa história. Todavia,
é preciso levar em conta alguns detalhes importantes para o estudo do livro:
Primeiro, os
historiadores modernos descrevem a história através do critério da
factualidade, isto é, do ocorrido, do fato acontecido.
Segundo, o povo
bíblico tinha outro jeito de descrever um fato histórico. A Bíblia conta a
história através de:
- Novelas (como o livro de Rute),
- Fábula (como a de Joatão, Jz 9.7-15),
- Contos (como o de José, em Gn 37-47).
- Saga heróica (como a de Moisés, narrada pelos livros Êxodo e Deuteronômio).
Terceiro, os
historiadores e historiadoras da Bíblia mostram uma forma alternativa de narrar
à história: eles/as contam a história priorizando a mão de Deus, intervindo nos
acontecimentos. O ceticismo, às vezes, e o constante interesse pela análise
científica dos fatos acontecidos colabora para que os/as historiadores/as
modernos/as optem por este critério.
**Observação:**
A Bíblia não está preocupada em apresentar provas da historicidade dos
testemunhos contados por seu povo.
Motivos pedagógicos
O livro
conta uma história ocorrida no período dos juízes, isto é, entre 1200 e 1030
anos antes de Cristo, aproximadamente. Certamente, a situação do povo bíblico
era de desobediência, pois o livro mostra que a disciplina da comunidade estava
fraca: a "lei do levirato" (ler Dt 25.5-10 e Gn 38) - que obrigava um
irmão, ou parente mais próximo, a casar-se com a viúva do irmão ou parente falecido
- não estava sendo aplicada. Por que razão o povo fez uso dessa história?
Primeiro.
Algo errado estava ocorrendo na comunidade do povo bíblico, e quando isso
ocorria, as pessoas lançavam mão de fórmulas de solução:
- Recorriam às formulações legais. Nesse caso,
eles liam e analisavam a instrução divina (Dt 25.5-10). É bom lembrar que
o ensino divino por excelência está basicamente nos cinco livros, o
Pentateuco. O Salmo 19 afirma que o ensino do Senhor é perfeito e restaura
a vida (Sl 19. 7-10).
- Lançavam mão de histórias pessoais ou
testemunhos de pessoas que foram guardados na memória do povo como exemplo
de solução para esses problemas particulares. Assim, as histórias de Judá
e Tamar (Gn 38) e Rute ajudavam a corrigir as pessoas infratoras.
- Tudo faz crer que as formulações de leis, como
Dt 25.5-10, não eram simpáticas ao povo, mas as histórias, contendo
exemplos de vida, eram mais usadas e assimiladas pela população. Daí, a
importância do livro de Rute.
- A prática de recorrer às pequenas histórias do povo é comum ao povo bíblico. A finalidade dessa prática era, e continua sendo, a busca de informações, pistas e soluções para enfrentar os problemas do dia-a-dia. A prática de recorrer as histórias do passado foi comum nos período de grande tribulação e dificuldade. Muitas eram as finalidades:
·
Para revigorar e alentar a fé do povo crente e
oprimido,
·
Para saber como o povo do passado enfrentava os
desafios,
·
Para iluminar o presente e projetar o futuro.
Essa
prática tornou-se comum nos séculos que se seguiram ao exílio babilônico (550 a
300 anos antes de Cristo). Daí surgiu um novo método de estudo da Bíblia,
chamado "Midraxe", uma palavra hebraica que tem sua raiz no verbo
"buscar".
Por
exemplo, durante o cativeiro na Babilônia, um profeta do Senhor leu e reinterpretou
a história do êxodo do Egito (Isaías 40.1-55.13). Enfrentando o exílio, o
profeta levou o povo, a saber, como Deus salvou os irmãos e irmãs do passado,
nas mesmas condições.
TERCEIRA PARTE
O livro de
Rute conduz muitas lições que o povo soube captar e usar nos momentos oportunos.
Lições que o livro
de Rute nos traz
(1) Dos
nomes
Tudo tem
sentido na história de Rute. As/os personagens desta história têm nomes cujos
significados ajudam a revelar a função de cada pessoa dentro dessa inteligente
e inspirada novela. Tal como o sábio disse: "A glória de Deus é encobrir
as coisas" (Pr 25.2), assim é o livro de Rute que não oferece tudo pronto
para os seus leitores ou suas leitoras. Assim é o nome das/os personagens do
livro: eles podem ajudar a entender a mensagem dessa história.
- Elimeleque (marido de Noemi) significa meu
Deus é rei;
- Noemi (esposa de Elimeleque) significa minha
alegria, meu prazer;
- Mara (outro nome de Noemi, Rt 1.20) significa
amarga;
- Maalon (filho de Noemi e Elimeleque) significa
doença;
- Quelion (filho de Noemi e Elimeleque)
significa fragilidade;
- Orfa (nora de Noemi e Elimeleque) significa
costas, nuca;
- Rute (nora de Noemi e Elimeleque) significa
amiga, companheira;
- Boaz (parente de Noemi) significa pela força;
- Obed (filho de Rute e Boaz) significa servo.
A partir
dos nomes é possível interpretar a história de Rute: É possível, através do
significado de cada nome, traçar o roteiro da história de Rute, bem como
perceber a sua intenção. Assim, o rei não existe no período dos juízes, mas
Deus é o governo supremo (Elimeleque). Maalon e Quelion são israelitas, mas por
suas fraquezas e enfermidades morrem para dar lugar a Obed, o novo homem, sem
as características reais, mas as de servo. A nova geração de povo de Deus terá
a força de Boaz e o companheirismo amável de Rute. O futuro da comunidade
chamada por Deus está, assim, marcado pela amizade de Rute, a alegria de Noemi,
pela força de Boaz e a conduta de servo Obed. Quanto à Orfa, ela virou as
costas e se perdeu o trem da história da salvação que seguirá em frente,
chegando em Jesus. É a linha de esplendor sem fim.
(2) A
valorização dos compromissos familiares.
A
solidariedade na família não está funcionando. Este é o recado do livro de
Rute. Quando os compromissos entre os membros da família andam frouxos, lê-se a
história de Rute. Por quê?
(a) A lei
do levirato. A história de Rute é para ser lida junto a Deuteronômio 25.5-10 e
Gênesis 38.1-30. Todos estes três textos estimulam o povo bíblico a levar a
sério a instituição da família. O texto de Deuteronômio 25.5-10 legisla sobre o
assunto. As histórias e Judá e Tamar (Gênesis 38) e de Rute mostram duas
aplicações dessa lei para servir como exemplo para o povo. Para que não haja
órfãos (meninos/as de rua) e viúvas desprotegidas na sociedade israelita, a
instrução divina é para que, em caso de morte do marido, o irmão mais velho
assumisse a condição de protetor da casa enlutada, tomando a viúva e os filhos
ou as filhas órfãs. A finalidade dessa lei era evitar que houvesse viúvas e
crianças sem lar.
(b) A
aplicação da lei do Levirato. No período da reconstrução do povo bíblico, após
o desastre das perdas da terra e do rei, e a destruição de Jerusalém, o povo
começou a buscar com mais intensidade as instruções divinas, através das leis e
dos testemunhos históricos. Na verdade, a liderança queria reconstruir a nação
com as práticas mais saudáveis do passado. O povo sabia que reforçando os
compromissos familiares, ele estava profetizando um futuro feliz para a nação.
(3) A
valorização da pessoa e não da raça.
O livro de
Rute foi guardado e transmitido por grupo de pessoas que estavam convictas que
Javé é o Senhor do universo, e não somente do restrito grupo de judeus. Por
isso, o livro de Jonas e a história de Rute têm a mesma intenção, a saber, o
compromisso de Deus é com as pessoas e não simplesmente com a raça dos judeus.
Este ponto foi muito bem entendido e proclamado por Jesus, particularmente,
Paulo (ler e reflexionar sobre o conflito entre Paulo e Pedro sobre este
assunto...).
(4) A lei
deve estar a serviço da vida.
A história
de Rute é uma formidável afirmação de que a lei deve ser tomada e aplicada para
trazer e criar o bem-estar na comunidade. Aqui, a lei entra na história de
maneira sutil e escondida para prestar serviço a uma pessoa que se achava
angustiado. É interessante observar que a Bíblia fala muito em disciplina
(lei), justiça e direito. Especialmente, o Antigo Testamento dá muito espaço
para as normas e disciplinas na comunidade, todavia as leis deveriam ser aplicadas,
preferencialmente, quando a justiça for acompanhada de bondade, amor,
compaixão, fidelidade, lealdade e paz (ler e reflexionar sobre o Salmo 85).
(5) A
lealdade entre Noemi e Rute anuncia a graça e a salvação.
O livro de
Rute quer resgatar e aplicar esse valor na sociedade israelita. Trata-se de uma
lealdade que supera todos os preconceitos e anuncia o novo tempo da graça (ler
e meditar sobre as palavras de Rute para Noemi, em Rt 1.16-17).
(6) A
esperança nasce em Belém.
É
interessante observar que a Bíblia liga a esperança a lugares e pessoas simples
e humildes. A cidade de Belém fica na periferia da Canaã e a família de Noemi,
sofrendo os horrores da seca e fome, foi obrigada a migrar para uma terra
distante e estranha. Com isso, a história de Rute quer mostrar que a esperança
acontece quando há seriedade e fidelidade no Senhor. Noemi, Rute e Boaz são
sinônimos de fidelidade.
(7) O
menino Obed é mais do que um homem: é o nascer do novo mundo.
O rei
morreu; a fraqueza e a enfermidade continuam ameaçando; o virar as costas para
a salvação é uma realidade entre o povo; a fome e a busca de um teto para morar
e lugar para ganhar o pão de cada dia continua incomodando. Apesar de todos
esses impedimentos que a vida expõe diante das pessoas, é possível reconhecer
que Deus está agindo no mundo, através do servo de Deus.
Vamos ler o livro de Rute então!! Beijo!
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